Na corrente desta vida, armadilhas são aliadas,
Já nem as nossas palavras, são confiadas.
No entrelaçar da infelicidade, que me acompanha,
Uma enorme tristeza, a mim, já não me estranha.
Trago nas veias, a derrota amarga e imperfeita,
Sem metas nem destinos, a vida acaba desfeita.
Só interrogo o porque não ainda estar vivo,
Não sou mais quem era, já não sobrevivo.
A tanta dor, tanto pudor que esquarteja-me,
Perdi a tua voz, quer dizia, beija-me.
Momentos são críticos, até ao ponto de chorar,
Cada instante, perco a força de querer lutar.
As mudas palavras, resguardam a minha dor,
Foi jogado ao chão, sem qualquer forma de amor.
Trago no rosto, as lágrimas caídas por ti,
Sempre procurei chegar-te mais perto de mim.
Desperdiço os pensamentos, longínquos daqui,
Não sei mais, onde estou, nem sei de onde vim.
Chego ao ponto de querer correr sem nunca parar,
Extravagancio-me de cansaço, para não recordar.
A ausência de quem queria, mesmo momento,
Enxugando as lágrimas, acabar com este sofrimento.
A força incompleta de um ser, que já não é ser,
É uma coisa, que mais tarde irá desaparecer.
Um objecto vazio por dentro, de coração partido,
Uma vida cheia de tristezas, completamente esquecido.
Pelas mãos escapa a felicidade e alegria,
Sinto-me oco e abatido, nesta passagem fria.
Tarda amanhecer, tarda a tua chegada,
Não faças da minha vida, uma alma naufragada.
Sem recuperação possível, nem resgate desejado,
Agora sei o que é querer e ser renegado.
Sonhei ser uma espécie diferente e marcante,
O caminho da minha vida, está torcido e sufocante.
A penitencia da minha vida, será sofrer até morrer,
Até um certo dia, de todos de mim, se esquecer.
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